És a minha C.

Há vários tipos de pessoas. E há pelo menos duas, que considero familiares. Aquelas que passam e não arriscam sequer a ficar, e as que ficam sem arriscar nada. Tu arriscaste C. passaste e nem deste por ti a arriscar fazê-lo. Acho que nem foi preciso. Foste amiga, e és amiga. Aquela que eu posso dizer a minha amiga de infância, a minha amiga da Escola Primária, a minha amiga que era muito esquisita para comer, a minha amiga que nunca levava lanche para a escola, à excepção dos dias que tinha broa do meu avô, a minha amiga que só comia batatas fritas e bebia coca-cola nas festas de aniversário, a minha amiga que tinha uma blusa de veludo verde com rosinhas cor-de-rosa, a minha amiga que de vez em quando andava com um olho tapado, a minha amiga que partiu um frasco de perfume acabado de receber como presente. Esta era a minha amiga. A minha amiga que me apoia nos momentos mais difíceis, a minha amiga que me faz perceber quando erro, a minha amiga que me faz sair de casa para passar bons momentos, a minha amiga que me faz erguer a cabeça quando o coração a puxa para baixo, a minha amiga que é esquisita para comer, a minha amiga que me abraçou no dia mais triste de toda a minha vida, a minha amiga que se lembrou de perguntar pelas coisas que podiam parecer insignificantes e que para mim tinham o maior significado de todos, a minha amiga que me faz perceber que realmente não sou eu que estou errada mas sim muitas das pessoas, que não aceitam, que o estão. Esta é a minha amiga. Esta amiga, é a mesma! Das amigas mais "velhas" que eu tenho. Esta é, e será, a amiga que se lembra sempre de mim! Obrigada C.