segunda-feira, 30 de novembro de 2015

[domingos de andar por casa]

Consegui descansar um bocadinho mais que em todos os outros dias. Continuo doente.
Acordei com a máquina de café. Tomei o pequeno-almoço embuída no mimo que durante a semana não é possível. O meu pai andou a fotografar e fotografou-me também. Andei com ele, insegura e sem talento nessa arte. Confiou-me nas mãos a máquina dele e não fomos longe. Afinal temos tanto e tão perto. No próximo domingo, tenho a certeza de que esta natureza não será igual. Assim se transforma a simplicidade de hoje, na complexidade do amanhã.


[bom dia sábado]

 


Manhãs de sábado. Na minha terra.
Batia vento frio nos cabelos apanhados e espelhava o sol nos óculos.
Estava doente. E aquela corrente de ar, ao mesmo tempo que me enchia o peito de oxigénio, assustava-me de tão fria. Fotografei pedacinhos de céu, de terra e de mar e recolhi-me. Entrei na capelinha. Quem me queria abraçar, ja tinha chegado. E o melhor para quem vê gente partir para voltar, é reencontrar. São os abraços, os sorrisos e as palavras ditas com o olhar.
São as certezas de que as amizades ganham asas, mas não voam.


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

[boa semana]

[Adormeci já tarde e deitada sobre o amor e sobre o amar. Sonhei com ele. Sonhei com amor e dormi agitada. Virei-me. Rebolei-me. Chateei-me.] E hoje foi segunda-feira.

[Dos momentos felizes]



Figueira, 13 de novembro de 2015

[Um dia faremos sentido]

Abraçamo-nos para calar as palavras que nos vão doer na alma. Falamos com os olhos para que a voz não nos trema. Não levantemos suspeitas de amores que achamos secretos. Mas que na verdade já todos os viram. Todos menos nós. Continuamos a trocar as mensagens esporádicas. A medo, a desejar um bom dia. A medo a desejar uma boa semana às segundas e um bom fim-de-semana às sextas. A medo. Tudo a medo. Sempre a medo. Preferimos não fazer sentido e falar do tempo a perder tempo. Achamo-nos secretos e escondidos até um do outro. E morremos um pelo outro. Ansiamos em segredo vir a fazer sentido. [Um dia faremos sentido]

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

[as histórias felizes nunca têm fim]

Tentaste por todos os caminhos chegar à conversa comigo. Acho que tentavas a qualquer custo dizer algo entre o inteligente e o engraçado. Tiveste sorte. Conseguiste o engraçado por meio do inteligente. Em piloto automático consegui responder-te com humor (disseste-me mais tarde). Tinhas ocupado o meu lugar na sala e não sabias. (Literalmente). Ocupavas a minha cadeira. Pediste desculpa com o ar mais doce e afável que te tinha visto até então e puxaste uma outra cadeira. Pediste-me que me sentasse ao teu lado. [as histórias felizes nunca têm um fim]

12.11.2015

Gosto quando brincas comigo e dizes que sou o Euromilhões da tua vida.
- És excêntrico.
- Sobretudo no Amor.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

11.11.2015

-És como um relógio.
-Como assim? 
-Sinto as batidas do teu coração.
-Não te sei perceber. 
-Sei que está na hora de ires embora quando a tua pulsação acelera. 

[E a vida é tanto em tão pouco]

Gostava de ter habilidade nas mãos para manusear as palavras e descrever o Mundo e a vida como os meus olhos a vêem.
O sol de Inverno no Verão de São Martinho, realça as imperfeições do rosto (e eu gosto tanto). Aquece o corpo, carrega baterias e devolve energias. E eu não sei explicar a felicidade dos raios de sol, o prazer de uma tosta mista à hora de almoço e o café na esplanada do café mais perto.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

09.11.2015

E todos os dias no mesmo sítio.
À mesma hora. As mesmas pessoas.
- Está tudo bem?
- Vai-se andando. Um dia de cada vez.

sábado, 7 de novembro de 2015

07.11.2015

- Não sei se há uma forma certa para o fazer.
- Mas há uma maneira certa para o querer.
- Com o coração. Eu quero-o com o coração.
- Então sabes o que é estar certo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

[Por estes dias]

Dia após dia, o tempo encurta e anoitece à hora em que nos dias grandes ainda bebiamos limonada e comiamos crepes. Saio de casa cedo, sem hora para chegar e vejo nessa incerteza uma das maiores beneces dos meus dias. (Tenho que os saber olhar, tenho que os saber ver). Pelo sim pelo não, na incerteza dos dias e na incerteza do tempo, há livros que fazem tantos quilómetros quanto eu, que carrego na mala, nos braços e nas mãos. Aguardo. E abraço as oportunidade que me são dadas de os abrir e de lhe devorar as páginas: comer palavras, absorver amor e respirar a inspiração alheia - passo a redundância.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Como numa promessa.*



[*Dos dias felizes.]

05-11-2015

-A noite de ontem faz do dia de hoje mais feliz?
[Não tenhas dúvidas.]

[De quem nos quer tanto bem]

Faz-me feliz abraçar-te. Sentir que vens de longe para o fazer, sentir que evocas esforços para nos termos, que somos metades e que juntos somos inteiros.
Temos ambos umas vidas loucas (talvez como nós).
Juntamo-nos nas horas em que a cidade dorme, mas nós não. Rimos enquanto comes gelado como uma criança e te dizes mais feliz que nunca, choramos o nosso cansaço e serenamos tudo quando nos abraçamos. Os teus cabelos dourados encostam nos meus caracóis morenos e os teus olhos verdes fecham a sentir e a precisar tanto daquele abraço quanto eu.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

[as histórias felizes nunca têm fim]

Não sabias no dia em que me viste pela primeira vez, o quanto eu era desorientada.
Sei que não te lembras desse dia tão bem quanto eu. Assim como eu te deixei descobrir que era desorientada, tu deixaste-me descobrir que és esquecido.
Cheguei sem saber que tu ali estavas(e que existias) e já vinha desorientada. Desoriento-me quando estou atrasada, e já estava.
Cheguei a rir-me, a compor apressadamente tudo quanto eram golas de camisas e casacos, a secar cabelos que apanharam pingos de chuva e completamente atrapalhada. Tirei os olhos da minha concentração desconcentrada e imediatamente embateram em ti. Petrificaste perante mim. Petrifiquei perante ti. Curiosamente senti-me envergonhada. Não sabia se tal como eu, não me esperavas, ou se estavas perplexo com a minha forma estranha de me apresentar ao trabalho. Apostava tudo na segunda hipótese antes da primeira conversa. [As histórias felizes nunca têm um fim.]

domingo, 1 de novembro de 2015

01-11-2015

Pediste-me que não te deixasse um único minuto. E eu pedi-te por favor, que nem um único segundo.