quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Factos sobre mim. #1

Ao fim de uns quantos dias a deitar demasiado tarde e a acordar demasiado cedo, a fazer todas as refeições fora de casa e a andar em tudo quanto são estradas e apeadeiros, diz o meu corpo que está cansado.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

[um lugar para ser feliz*]



*na companhia certa.

[os pormenores que me fazem muito feliz]

O cheiro da água de colónia de bebé e a cor do algodão doce.

As mudanças são boas e apetecem-me.

Andam a apetecer-me mudanças. As mudanças são boas e a mim apetecem-me mudanças em geral.
Mudei o corte de cabelo e o perfume esta semana. A seguir já mudava o roupeiro porque a roupa vai numa perfeita pelintragem do agora apetece-me tudo, e do depois já não me apetece nada. Ah. E hoje é Verão e amanhã já não. Adiante. Apetece-me mudar a casa também. Assim numa de clean, lixava os móveis todos e pintava-os de branco. Trocava aquela parafernália de cores que já gostei de ver combinadas um dia por tons neutros como pérolas, brancos, bejes e também uns camel. Não sei se esta última é considerada neutra, mas passa a ser para mim porque as mudanças são boas e apetecem-me. Assim como não posso mudar a casa toda de uma vez como quem estala os dedos ou assobia para o ar, vou começar pelo quarto. Primeiro talvez sejam os candeeiros, ou então primeiro talvez sejam as almofadas e o edredão. É, talvez seja qualquer coisa. Desde que mude. E que goste.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Almoços nas nuvens.

Ainda a correr sem sentir que é quinta, ou que já é quinta, ou que ainda só é quinta só abrandei o ritmo desta semana hoje por volta do meio dia quando me meti no carro a caminho da Figueira. O sol de Outono está brilhante como ouro polido. Decidi almoçar no destino. Parei num sítio improvável para mim e apetrechei-me de hambúrgueres e sumo. Peguei em tudo como quem pega numa criança ao colo e vim feliz, sentar-me na marginal da praia de Buarcos a almoçar com o mar à minha frente. O mar é único capaz de medir os meus sonhos.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Não tenho bimby, não sei cozinhar, mas as minhas amigas têm mãos de fada.


As corridas da vida.

Fazemos o que podemos para chegar onde queremos. O mais longe perante o que desejamos. Não tenho conseguido chegar onde quero, com quem quero. Tem sido aos poucos com um jogo de cintura que nem sempre é acompanhado pela saúde que teima em falhar como a tinta de uma esferográfica em fim de vida útil. Faço corridas figuradas com quilómetros ficticios na minha imaginação enquanto estou sentada. E quem nos entende, espera-nos, acompanha-nos, corre connosco (mentalmente) e aguarda receber uma mensagem nossa como quem aguarda o toque de partida para uma grande corrida até nós. E só assim é possível. E só assim conseguimos. Quando todos juntos, corremos no mesmo sentido. O de brindar à amizade.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Factos sobre o Mundo com influência directa em factos sobre mim.

A Milka tem umas bolachas do demo e eu tenho vários pares de calças a deixarem de me servir
(Talvez haja alguma ligação entre estes dois.)

Factos sobre o Mundo.

As pessoas parvas quando vão a conduzir e vêem uma pessoa na passadeira para atravesar a estrada, fazem cara de importante e aceleram.

Factos sobre mim.

Estou tão cansada que passei a minha hora de almoço a dormir no carro.
(Antes estivesse a inventar)

Assumimos na vida contradições ridiculas.

Ao mesmo tempo que agradeço a existência da minha mãe no meu Mundo, consequência dos dias muito cheios, o meu telefone toca e eu tenho que a despachar em frases monossilábicas e encortar conversas de páginas, em segundos.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Dentro das nossas paredes, só nós sabemos.

Independentemente da idade, sonhamos com principes e princesas. Gostamos de ver desenhos animados. Encostamos no colo de quem nos quer bem. Sentimos o calor da protecção e o perfume das roupas. Deixamo-nos levar por cojugações ineberiantes e exigimos no silêncio do coração que os momentos sejam eternos. Pedimos que a chuva caia, que permaneçamos todos juntos na mesma casa e que o nosso coração bata. Bebemos leite quente. Pedimos tranças no cabelo e somos Rainhas de Arendelle. Somos tão felizes.

[voltar sempre onde já fomos felizes]

No fim de semana subi à figueira do meus avós como tanto me apetecia. Sem o olhar atento deles, sem os pedidos para que tivesse cuidado e com a cara cheia de lágrimas [voltar sempre onde já fomos felizes].

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Aos dias que passam. Aos dias que ficam.

Estamos na época dos figos. Eu vejo-os nas fotografias e nas mesas de outros. E eu também os tenho na minha. (mas...) Não são os teus. Não os quero, não os como. São-me levados com carinho e aceito-os com gratidão. Mas não são os teus avô.  Já te tinha dito?
Queria poder subir à placa com o vosso olhar de medo. Sei agora vê-lo (não via). O vosso olhar era apesar do medo, um olhar seguro, e eu era segura por vos ter ali a darem-me certeza das minhas certezas (ou nas que eu acredito). Uso um  pleonasmo para vincar tudo aquilo que vocês foram um dia  e duas das coisas que vocês serão todos os dias para sempre: Segurança e certeza na minha vida. A figueira tapava a placa frágil, os ramos apoderavam-se a pouco e pouco dos pequenos degraus que me faziam chegar a ela e eu insistia chegar lá para poder comer figos pingo de mel directamente da árvore. Desde que não tenho o vosso olhar para me ver subir, que não lhes tomo o sabor, que os olho com saudades, mas talvez sejam estas apenas vossas, nunca deles. 

A vida como uma noite de sábado.

Se pudesse escolher as minhas noites, queria-as como uma noite de sábado sem compromisso ao domingo. Tempo ameno em boa companhia. Conversas e café. Jantares rápidos e copos de sumo fresco. Gargalhadas sinceras em olhares cúmplices. Tons de voz acelerados em silêncios de quem foi e ainda não voltou à rotina dos dias cronometrados por relógios com horários apertados.
Queria viver a vida como noites de sábado.