terça-feira, 8 de setembro de 2015

Aos dias que passam. Aos dias que ficam.

Estamos na época dos figos. Eu vejo-os nas fotografias e nas mesas de outros. E eu também os tenho na minha. (mas...) Não são os teus. Não os quero, não os como. São-me levados com carinho e aceito-os com gratidão. Mas não são os teus avô.  Já te tinha dito?
Queria poder subir à placa com o vosso olhar de medo. Sei agora vê-lo (não via). O vosso olhar era apesar do medo, um olhar seguro, e eu era segura por vos ter ali a darem-me certeza das minhas certezas (ou nas que eu acredito). Uso um  pleonasmo para vincar tudo aquilo que vocês foram um dia  e duas das coisas que vocês serão todos os dias para sempre: Segurança e certeza na minha vida. A figueira tapava a placa frágil, os ramos apoderavam-se a pouco e pouco dos pequenos degraus que me faziam chegar a ela e eu insistia chegar lá para poder comer figos pingo de mel directamente da árvore. Desde que não tenho o vosso olhar para me ver subir, que não lhes tomo o sabor, que os olho com saudades, mas talvez sejam estas apenas vossas, nunca deles. 

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