sexta-feira, 30 de outubro de 2015

30-10-2015

Há cafés que me sabem pela vida, e há vidas que me sabem a café. Encontro-te no cheiro a café pela manhã pela tarde e em qualquer altura do dia. Nos dias, todos os dias, consigo sempre ver-te, imaginar-te e pensar-te [pelo cheiro a café]. Pensar que um dia não gostei desta nicotina encapotada, faz-me achar que descartei nesse tempo, a hipótese de amar. Seja ele quem (qual) for.

Até amanhã. E ficou dito.

Vão perceber que agora vos escrevo de alma lavada. Agora que acomodei a cabeça nas almofadas e que passei a palavra ao coração. Agora que descanso a ouvir Beethoven e que espero que o sono me leve para as estrelas. Agora que disse tudo menos um até amanhã,
Até amanhã.
E ficou dito.

 (Aos meus avós)

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

29-10-2015

Sou feliz de cada vez que me perguntas em qual das almofadas é que eu quero dormir. [vou escolher sempre os teus braços.]

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Ao amigo para sempre.

Gosto de inspirar e sentir o cheiro do perfume com que te beijei esta manhã. Do mesmo que tinha quando discretamente me agarraste nas mãos e aquele que disseste sentir quando de forma sublime e delicada me abraçaste. Tinha saudades tuas. Meia dúzia de olhares atentos e não vale a pena tentares calar mais nada a não ser o coração que fala através dos teus olhos. Sempre meigos. Sei isso de ti. Como sei muitas outras coisas que descobri por me deixares. Ao amigo para sempre.

A felicidade não tem que estar na realidade. Só tem que existir em nós.

Chove lá fora e na esperança de que sejam estrelas, aconchego-me cá dentro. [A felicidade não tem que estar na realidade. Só tem que existir em nós.]

Às minhas duas vidas.

Escrevo-te sem que hoje seja uma data especial. Escrevo-te porque as saudades existem todos os dias e isso basta-me. Escrevo-te porque o meu coração se desorganiza e o teu olhar orienta-me. Escrevo-te num chão que nunca chegaste a pisar, mas que me ampara a par contigo. Mudou tanta coisa. Mudou tudo. A minha vida contigo ao meu lado. A minha vida com o pensamento em ti. Vivo duas vidas numa. E era tão mais feliz na primeira. À minha avó.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A nú sou isto.

Muita imperfeição. Muitos cabelos despenteados. Muitas palavras feias. Muita desorganização no meio de muito esquecimento. Muitas conversas por completar. Muitas mensagens por responder. Muitos risos a ecoar. Muito cabeça no ar. Muito deixa andar. Muitos querer. Muito viver. Muito disto sou tão eu, grata por cada dia que passa.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Por existir mais um dia na história da minha vida.

Gosto muito da vida e destes dias de viver. Destes dias passados em caminhos que nunca irei decorar e com pessoas que gostei de conhecer. Gosto de ver o dia acordar e sentir-me acordar antes dele, gosto de ver o dia deitar, e eu deitar-me muito depois dele. Como num namoro por turnos. Sem horas para nos vermos, nem local. Quando o vi deitar-se pedi licença e corri à rua para lhe dar um beijinho de boa noite e agradecer existir mais um dia na história da minha vida. Este em especial.


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Há muito, muito tempo, era outra criança.*

Os cinco minutos da manhã em que páro para beber café, costumam ser os cinco minutos de revisão para o dia que tenho pela frente. Hoje, enquanto o fazia e mexia o café em movimentos lentos e sequenciais, entrou na pastelaria um adolescente, que para além de outras caracteristicas evidentes do status, trazia às costas uma mala da eastpack. Lembrei-me de mim. Numa realidade já tão diferente da que vivo agora. No décimo ano tive a minha primeira (e única até ao momento) mala da eastpack. Rosa fucsia. Sem estampagem. Exibia com orgulho a cor de menina numa mala que já marcava a minha mudança para adolescente. Cabia tudo e mais um par de botas. Era mala de guerra, e eu meio tostão de gente exibia-a com orgulho.
Cuidei dela religiosamente e acompanhou-me até ao décimo segundo ano (e ainda uns meses do primeiro ano da faculdade até eu achar que de adolescente já tinha passado a adulta).
Há realmente futilidades que nos marcam (e que nos fazem felizes).

* Vinte Anos do José Cid

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Dar a volta.

Não gosto do mês de Outubro. Que me perdoem as pessoas que gostam e que são felizes neste mês. (Um dia, este mês, voltará a ser tão feliz como todos os outros)

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Ontem foi um dia (muito) bom.

Acordei com a minha mãe a chamar por mim, tal como acontecia quando andava na escola e ainda adormecia e acordava na mesma casa que ela todos os dias. Ontem foi um dia diferente. Foi um dia bom. Chamou-me às 9h. Para a consulta às 10h30. Não se esquece do quanto me atraso a arranjar de manhã. E eu agradeço. Deitou-se comigo 5 minutos. E eu namorei a minha mãe. Os pais namoram os filhos e os filhos namoram os pais. Faz-me feliz saber exactamente cada expressão que ela faz a cada palavra ou frase que eu lhe digo. Desço as escadas e já me cheira ao pequeno-almoço. Não se esquece que o leite é morno, que o pão é integral e que o café é em chávena fria e com pouco açúcar. Passei a manhã com ela. O teor das conversas muda, a mudança faz parte de quem cresce. Levo-a eu a passear, levo-a eu a ver o mar. Ontem foi um dia (muito) bom por poder voltar a viver sem relógio. À minha mãe. Todos os dias.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015