quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Há muito, muito tempo, era outra criança.*

Os cinco minutos da manhã em que páro para beber café, costumam ser os cinco minutos de revisão para o dia que tenho pela frente. Hoje, enquanto o fazia e mexia o café em movimentos lentos e sequenciais, entrou na pastelaria um adolescente, que para além de outras caracteristicas evidentes do status, trazia às costas uma mala da eastpack. Lembrei-me de mim. Numa realidade já tão diferente da que vivo agora. No décimo ano tive a minha primeira (e única até ao momento) mala da eastpack. Rosa fucsia. Sem estampagem. Exibia com orgulho a cor de menina numa mala que já marcava a minha mudança para adolescente. Cabia tudo e mais um par de botas. Era mala de guerra, e eu meio tostão de gente exibia-a com orgulho.
Cuidei dela religiosamente e acompanhou-me até ao décimo segundo ano (e ainda uns meses do primeiro ano da faculdade até eu achar que de adolescente já tinha passado a adulta).
Há realmente futilidades que nos marcam (e que nos fazem felizes).

* Vinte Anos do José Cid

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