sábado, 12 de abril de 2014

Carta aberta ao meu avô!

(Não esperem disto, uma coisa bonita ou uma coisa que vos deixe com um sorriso na cara.)

Avô,
Ainda não fez uma semana que partiste fisicamente, e desculpa se esta carta é prematura. Sabes os sonhos que tenho em mim. Sei os sonhos que sonhavas por mim!
Há três semanas, quando me disseram que o teu estado era crítico, o meu Mundo desabou, eu desabei em lágrimas. Eu desfiz-me. Eu tornei-me naquilo que merecias que eu me tornasse. Uma bica de lágrimas. Uma fonte de choro. Eu tornei-me naquilo, que tu nunca pediste, mas que o meu coração precisou. Precisou de sofrer, pela pessoa que sempre foste e sempre serás para mim. Foste um dos Homens, que esteve a meu lado 23 Primaveras e que as mereceste estar. Merecias muitas mais. Mas não pude ser egoísta. E se houve momento em que o pude mostrar, foi este, foi agora. Foi o momento, em que pedi para que não sofresses mais. Assim como tu (como vocês) nunca me quiseste (quiseram) ver sofrer a mim, eu também nunca te (vos) quis ver sofrer a ti (vocês)! Partiste porque a vida é breve, e frágil. Tenho a certeza que aquilo que me deixaste, foi o correcto, e é nisso que vou acreditar, para me levar daqui em diante, para que não sinta que a raiz da minha vida se arrancou por completo da terra. Deixaram 3 flores, 6 frutos, e uma infinidade de folhas verdes. Um dia, todos iremos amadurecer, e todos iremos acabar por cair. Mas quero acreditar, que iremos saber cair como tu (como vocês), com toda uma vida de trabalho, e de lutas travadas! A minha próxima vitória, nunca me dará tanto saber, como crescer contigo (com vocês), mas de certo te dará orgulho! Obrigada Avô!

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