(Não esperem disto, uma coisa bonita ou uma coisa que vos deixe com um sorriso na cara.)
Avô,
Ainda não fez uma semana que partiste fisicamente, e desculpa se esta carta é prematura. Sabes os sonhos que tenho em mim. Sei os sonhos que sonhavas por mim!
Há três semanas, quando me disseram que o teu estado era crítico, o meu Mundo desabou, eu desabei em lágrimas. Eu desfiz-me. Eu tornei-me naquilo que merecias que eu me tornasse. Uma bica de lágrimas. Uma fonte de choro. Eu tornei-me naquilo, que tu nunca pediste, mas que o meu coração precisou. Precisou de sofrer, pela pessoa que sempre foste e sempre serás para mim. Foste um dos Homens, que esteve a meu lado 23 Primaveras e que as mereceste estar. Merecias muitas mais. Mas não pude ser egoísta. E se houve momento em que o pude mostrar, foi este, foi agora. Foi o momento, em que pedi para que não sofresses mais. Assim como tu (como vocês) nunca me quiseste (quiseram) ver sofrer a mim, eu também nunca te (vos) quis ver sofrer a ti (vocês)! Partiste porque a vida é breve, e frágil. Tenho a certeza que aquilo que me deixaste, foi o correcto, e é nisso que vou acreditar, para me levar daqui em diante, para que não sinta que a raiz da minha vida se arrancou por completo da terra. Deixaram 3 flores, 6 frutos, e uma infinidade de folhas verdes. Um dia, todos iremos amadurecer, e todos iremos acabar por cair. Mas quero acreditar, que iremos saber cair como tu (como vocês), com toda uma vida de trabalho, e de lutas travadas! A minha próxima vitória, nunca me dará tanto saber, como crescer contigo (com vocês), mas de certo te dará orgulho! Obrigada Avô!
Nenhum comentário:
Postar um comentário