sábado, 3 de agosto de 2013

Tractor ou monstro insensível...

Dias imprevisíveis. Quer dizer, mais imprevisíveis que o normal. A coisa estava mal parada de manhã, deixei-me dormir. Num conforto sem fim, no conforto do amaciador dos cobertores, dos lençóis. Só eu sei o quanto eu gosto dessa sensação. Acho que se me lembrasse do que sentia quando estava ao colo da minha mamã, a sensação era exactamente a mesma. Vá, já descambamos do importante. Almocei em família,e isso agrada-me, é isso que faz uma parte de mim, feliz, e por cá andei. Três anos antes deste agora em que nos encontramos, devido a problemas de saúde, fui impedida pelo médico de andar de bicicleta. Na altura ele disse-me para acabar com isso. E uma parte de mim, interiormente, sorriu, nunca gostei disso, sempre fui o maior dos tractores nessa arte de andar de bicicleta, e a maior das bestas insensíveis por não perceber a arte que dois pneus, um guiador e um selim têm. A curto prazo, pareceu-me tão bem, agora os tempos passaram, e se calhar, por realmente o mais proibido ser o mais apetecido, a vontade de andar de bicicleta apareceu. Eu pedia, implorava para que me deixassem andar de bicicleta, como uma criança de dois anos pede um chupa na mercearia, fazia olhinhos, esperneava, e nada resultava. Hoje fui grande, tão grande! Disse ao meu pai que ia sair, disse onde ia, como ia. O papá sempre mais tolerante que a mamã pelo menos no que toca ao momento, consentiu que eu lá fosse, estrada fora, e ficou a ver-me. Acho que como se fosse a primeira vez que eu andava de bicicleta. A mamã não soube, avisei-a só de que não viria lanchar e para não se preocupar, que caso não aguentasse não saber de mim, perguntasse ao meu pai. Ele saberia. Estrada fora, fui sozinha, hoje sem fones, nem nada, achei que como precaução, ao menos o telemóvel. Pelo sim, pelo não, não vá alguma das bruxas do costume ver-me e eu ficar apeada no caminho. Cheguei ao destino, e parei na casa certa para lanchar, e que bem que me soube. Leitinho com café, brioche com manteiga, pão com queijo e fiambre e ainda um buraquito ou outro que estivesse por preencher, foi preenchido com gomas. Umas quantas conversas, uns álbuns bem antigos, e uns vestidos de casamento depois, pés à bicicleta, e estrada fora até casa! Está tudo bem. A mamã reagiu bem ao facto de eu ter fugido à prescrição médica. Mas só desta vez, diz ela!
Já que não tenho fotos bonitas do lanche de hoje, nem da minha bicicleta, deixo-vos com a foto da última "Pasteleira" que fotografei. Bem tratadinha, e uma pena não ser minha, Acho-a um charme!





Um comentário:

  1. As coisas que uma mulher determinada faz.confirmo o fruto proibido é sempre o mais apetecido.

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