quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Estou dentro de um Bairro: o Bairro do Amor.

O Bairro

O Bairro do Amor sempre existiu.
Martin Luther King disse um dia “I have a dream“. Aqui pelo Bairro “we have a dream“. Tínhamos todos, cada um de nós, este sonho: o de participarmos activamente no Mundo, agirmos sobre ele, habitá-lo como se fosse um bairro,  E depois reconhecemo-nos e todos os sonhos individuais se cruzaram naquele que é um sonho colectivo, uma aspiração comunitária. E percebemos que, embora cada um de nós tivesse este sonho trancado em si, bastou abrirmos as janelas e irmos à varanda das nossas vontades e batermos com os olhos nos outros vizinhos. De repente, janelas abertas, éramos muitos, num sonho comum. Vizinhos uns dos outros neste bairro do amor.
E convocámos reuniões de condomínio a céu aberto, deixámos palavras escritas nas caixas do correio uns dos outros, partilhámos segredos e sonhos, sempre sonhos, como quem partilha o lugar onde esconde a chave sobressalente (é que nem sempre fica debaixo do tapete de entrada).
A 4 de Dezembro passámos a existir como um todo e reunimo-nos à volta do coreto, de mãos dadas a ver o sonho materializar-se neste bairro. O Bairro que sempre existiu em nós: na Liliana, no Paulo, na Filipa, na Maria, na Flávia, na Rita, no Rui, na Sandra, na Ana Araújo, na Bé, na Ana Luísa, na Mariana, na Ana Póvoas, no Bruno e – quem sabe? – também dentro de si. “Vizinho de nós”.
Porque, como diz o cantor, “há sempre lugar para mais alguém!”
Contamos consigo?
Sim? Sim? Sim? Então aqui! (Toca a mexer!)

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