quarta-feira, 21 de junho de 2017

[O colo da mãe.]

Dá-me colo mãe. Dá-me o colo das certezas. Sabes da fragilidade do meu sono mesmo com os químicos rotineiros. Adormeci deitada por ti. Numa felicidade que ainda tenho oportunidade de sentir e sentir muitas vezes. Acordei agitada. É companheiro de noitadas o telefone. Peguei, passou o tempo, passei os olhos. Por tudo. Tudo indicava tragédia. Li as notícias. Vi os mortos. Um sem número de gente e de histórias perdidas. Senti-me pequenina. Senti-me diminuta. Tive vontade de chamar por ti e de te pedir colo. O colo de mãe, pode tudo. Cura tudo. Tinha esperança que pudesses ainda desapertar o no do peito.
Mas por incrivel que pareça e custa a querer, que desta vez, nem o colo da mãe desaperta o no do mal que se apoderou de tantas histórias cheias de sonhos como as de cada um de nós. Continua a deitar-me mãe, seja o sono qual for, o maior Sonho é viver.

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