quinta-feira, 25 de agosto de 2016

(res)Pirar

Não tenho férias há mais de um ano. Nunca consigo mais do que dois ou três dias seguidos e nunca são de descanso. O telefone da empresa anda em riste. Preocupam-me a quantidade de e-mails que possam cair e o trabalho que ha para quem fica. Estou cansada. Na falta de muitos dias ou de alguns dias de descanso total (ando a desejar em silêncio uma semana de férias num local onde de preferência a eletricidade ainda não tenha chegado) valorizo cada vez mais os minutos e respiro fundo quando consigo que esses minutos perfaçam horas sem o telefone tocar para que eu consiga estar completamente sozinha. Consegui sair mais cedo e sem muito calor. Percorri o caminho para casa com um enorme desejo de sushi. Parei no caminho e comprei sushi para trazer para casa. Comi no quarto com a brisa do rio a envadir-me o corpo e a consolar-me a alma a cada peça de sushi que metia à boca. Gosto de comer lentamente sem tempo contado. Comi sem tempo contado. Bebi o meu café. Estou num namoro com o anoitecer, a calma desta casa e a esperança de que ainda consiga folhear o livro que tem dormido a par comigo na mesa de cabeceira mas que sempre que lhe pego acabo por fechar os olhos ou apagar a luz antes disso. Respirar fundo e desejar muito que a vida nos mantenha vivos.

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