Quando era pequena, gostava de ir com a minha mãe às
estufas, e pedir catos daqueles pequeninos, que picam mas pouco. Ao que parece,
hoje em dia, custam 50 cêntimos. A verdade é que os pedidos umas vezes eram-me
realizados, outras nem por isso. A minha mãe já sabia qual era o desfecho dos
pobres coitados, era serem atirados por mim para um canto, e ela ter que juntar
às suas mil tarefas diárias, umas espreitadelas aos catos. Com a respectiva
gotinha de água. Se não já sabia, que quando eu me lembrasse deles, se é que
algum dia eu me ia voltar a lembrar, ia haver berreiro.
Esta “moda” passou. E ao lembrar-me do desprezo que dei aos
pobres coitados, nunca mais me atrevi a pedir um único que fosse. No outro dia,
o H. trouxe-me uma taça redonda, grande, transparente, areia fininha e pedras
coloridas, e alguns catos. O H. disse: “Não queres começar a decoração da tua
sala?” Assim fiz, e o que é certo é que tudo junto se tornou numa taça cheia de
vida. Não param de crescer, de dar flores, e novos rebentos o que é importante
para assegurar que não vou ver a espécie deles extinguida assim da minha sala.
Depois da primeira taça, o difícil é saber quando dizer não a mais taças! Dá
gosto vê-los crescer, a fazerem-se alguém na vida! (Vá, foi um pouco de
exagero. Não se trata de filhos, nem lá perto. Mas são meus e gosto deles.) Afinal,
agora, já consigo ter responsabilidades pelas crianças verdinhas!
Acabados de chegar ao novo lar.
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